Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pablo Neruda




Quero quando eu morra
tuas mãos em meus olhos:
quero a luz, quero o trigo de tuas mãos amadas
passar uma vez mais sobre mim essa doçura:
sentir tua suavidade que mudou meu destino.

Quero que vivas enquanto adormecido,
espero que teus olhos sigam ouvindo o vento,

que sintas o perfume do mar que amamos juntos
e que sigas pisando a areia que pisamos.

Quero que o que amo siga vivo
e a ti amei e cantei sobre todas as coisas,
por isso segues florescendo, florida,
para que alcances tudo o que
meu amor te ordena,
para que passeie minha sombra por teus cabelos,
para que assim conheçam a razão do meu canto.

Pablo Neruda

Sem comentários: