Há variadas etapas que marcam a vida de uma pessoa: O nascimento, a entrada para a escola, a entrada na Faculdade, o 1º namoro, casamento, 1º emprego, 1º filho, 1ª casa, etc, etc, e por aí fora, poderia estar aqui a mencionar tudo o que marca o percurso de uma vida, mas seria extremamente maçador. Prefiro separar mais resumidamente e por etapas, as fases que todos teremos de passar: a 1ª fase decorre desde o nascimento até à fase adulta, em que nos tornamos independentes; a 2ª etapa engloba o período mais activo de um ser humano no mundo do trabalho, mas já com responsabilidades acrescidas com a constituição de familia e com tudo que lhe é inerente; e uma 3ª fase, que será a passagem desse mundo de grande actividade para uma situação de aposentadoria e consequentemente inactividade e a sua necessária adaptação, que nem sempre é fácil para muitos. Tenho algumas vivências com gente que fez essa passagem, uns em que assisti quase diáriamente aos efeitos causados, e outros menos vividos, mas em que acompanhei de perto de uma maneira ou de outra, o modo como reagiram a essa mudança. Cada caso é um caso, e na maior parte das vezes, a 3ª etapa da nossa vida não poderá ser generalizada. Há vários factores que vão determinar tudo aquilo que de bom ou de mau irá acontecer nesse período importante de cada um. Desde a estabilidade financeira até à da saúde, não esquecendo a personalidade, espirito e mentalidade de cada pessoa, tudo isso serão componentes a ter em conta, para que esses anos sejam passados de uma forma mais ou menos agradável. Não cheguei ainda a esse momento, mas também não faltará muito e quando menos esperar já estarei nessa condição, até porque os anos voam sem darmos conta disso.
Preocupa-me bastante a situação actual, que se vive tanto em Portugal bem como no resto do mundo, e não sinto que haja condições, salvo para uma minoria de pessoas, que possibilite às populações verem com bons olhos e com esperança o seu futuro. No tempo dos meus pais o homem chegava a uma determinada idade e a sua preocupação, era conseguir uma "reservazinha" que desse para conseguir alguma indepêndencia na 3ª idade, sem ter de depender dos filhos. E por pouco que fosse, conseguia-se ter algum dinheirito de lado (não quero com isto dizer que não havia gente a viver mal e com muitas dificuldades, nada dissso). Hoje em dia, e com o mundo do avesso, com crise atrás de crise, e com o ser humano passado para 2º plano, com interesses inexplicáveis em que se exige cada vez mais das populações, sem qualquer pudor nessas exigências e em que alguns têm actuações em sentido contrário àquilo que eles próprios determinaram, dando mostras de opulência e esbanjamento à descarada, perante um mundo em que a fome e a miséria aumentam a olhos vistos. Custa-me ouvir certas observações, de gente que já teve dificuldades na vida, que tinha outra atitude perante o seu semelhante, e que já teve um discurso bem diferente noutras alturas, mas que já se esqueceram disso, mostrando no seu dia a dia um egoismo deveras exarcebado, pondo muitas vezes em causa o pouco que muitos conseguiram, com uma vida dificil de muito trabalho e sacrificios. Pedir ou criticar outras pessoas, condenando atitudes, negando-lhes direitos, esquecendo-nos nós proprios das nossas proprias atitudes....Não podemos olhar só para o nosso umbigo, devemos olhar também para o dos outros e reflectir e se for caso disso, apoiar e solidarizarmo-nos. Solidariedade é uma palavra com pouco significado e que é evitada com frequência.
Já estou a estender-me bastante e não quero tornar-me aborrecido, mas é assim que vejo o meu blog, é para colocar aquilo que sinto, quer seja extenso ou curto, quer aborreça ou não quem me lê. A ideia era falar um pouco da idade da reforma, mas acabei por ir por outros caminhos, que embora relacionados com o tema, não são de somenos importância, antes pelo contrário.
Uma boa noite
(fish)
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