Um estranho e delicioso amanhecer….
Seis da manhã de um dia primaveril, normal como todos os outros. Acordara muito cedo, levantara-se quase como uma “mola” e sem qualquer réstia de sono. Já era habitual nos últimos tempos. Os problemas diários não o deixavam dormir o tempo necessário que o corpo precisa. Também já não tinha idade para tanta hora na cama. No entanto acordara bem disposto. Olhou pela janela, abriu-a como fazia diariamente. Céu limpo, tempo fresco e um delicioso cheiro a maresia…. deixou-se levar pelo ambiente.... Este odor era deveras agradável. O movimento na rua era inexistente. Um estranho silêncio não era habitual mesmo àquela hora da manhã. Não se ouviam os pássaros como de costume, não havia qualquer trânsito automóvel, pessoal noctívago nem vê-lo, nada de nada! Lembrou-se que era Sábado, mas mesmo assim era invulgar. Dava para ouvir a própria respiração. Momento sublime aquele, pensou, tal era a sensação de bem estar que sentia naquele instante. “Cadê o pessoal?”, sorriu com a expressão, “até em pensamento adoptamos expressões destas, não há dúvida que somos um povo que não defende a sua língua nativa”, “palavras como: briefings, cadê, inté, taskforces, layouts etc, etc, e por aí fora, já fazem parte do vocabulário deste povo”. Fez mea-culpa e tratou de preparar rapidamente um café. Puxou do primeiro cigarro do dia, não queria desperdiçar aqueles momentos sem a companhia do vício que teimava em não largar e voltou para a janela para saborear mais um pouco aquele inicio de manhã. O sol teimava em nascer, via-se ao longe uma auréola levemente alaranjada. Reparou que afinal não estava só. Dentro de um carro estacionado estava um casalinho namorando. Provavelmente algum encontro fortuito da noite, ou talvez não….Desviou o olhar pois sentia que eram intimidades que não devia perturbar, era algo que lhes pertencia por inteiro….no entanto não resistiu e olhou novamente, aqueles momentos de uma manhã diferente, também faziam parte do cenário. Recordou-se do passado e como tinha tido vivências do género, não como nos dias de hoje pois os tempos eram outros, a vida era vivida de uma forma diferente, mas na sua essência muito idênticos….só falsos moralistas tentam demonstrar o contrário, pensou. Mas enfim nem todas as pessoas são iguais na sua forma de ser e de pensar e vive-se hoje mais “depressa”, tudo rola mais em função do presente, olha-se pouco ao futuro e recorda-se pouco o passado (é importante dar um salto ao passado, não em termos de nostalgia, mas para recordar o que foi de bom e também para não repetir o que de mau existiu). Deve ter estado longos minutos ausente por força das recordações, mas retornou com o barulho perturbador do motor de um carro que arrancava….era o casalinho que ia embora, quem sabe para dar continuidade aos seus desejos, noutro lugar mais intimo e mais apropriado para o efeito….ou talvez não. Nem sempre tem necessariamente de acabar em sexo! Há ocasiões, que por vezes são tão ou mais importantes que a prática de sexo propriamente dito, uma conversa agradável, o "estar apenas pelo prazer de estar" com alguém, uma festa ou uma carícia, um “cafuné” ( lá voltou aos estrangeirismos).
Deu conta que o sol já tinha nascido, no preciso instante em que ficou um pouco ofuscado pela claridade, aquele silêncio que tanto o tinha relaxado, já não era o mesmo de momentos atrás. Já eram 6h 45m de um começo de dia extremamente interessante, e começava a haver algum movimento nas ruas. Tinham ficado para trás alguns minutos de uma sensação de bem estar. Tinha beneficiado de um tempinho a sós consigo mesmo. Tudo se conjugava para que esse Sábado fosse quase perfeito, Era a altura de ir tratar de si e iniciar a rotina de um novo dia.
Seis da manhã de um dia primaveril, normal como todos os outros. Acordara muito cedo, levantara-se quase como uma “mola” e sem qualquer réstia de sono. Já era habitual nos últimos tempos. Os problemas diários não o deixavam dormir o tempo necessário que o corpo precisa. Também já não tinha idade para tanta hora na cama. No entanto acordara bem disposto. Olhou pela janela, abriu-a como fazia diariamente. Céu limpo, tempo fresco e um delicioso cheiro a maresia…. deixou-se levar pelo ambiente.... Este odor era deveras agradável. O movimento na rua era inexistente. Um estranho silêncio não era habitual mesmo àquela hora da manhã. Não se ouviam os pássaros como de costume, não havia qualquer trânsito automóvel, pessoal noctívago nem vê-lo, nada de nada! Lembrou-se que era Sábado, mas mesmo assim era invulgar. Dava para ouvir a própria respiração. Momento sublime aquele, pensou, tal era a sensação de bem estar que sentia naquele instante. “Cadê o pessoal?”, sorriu com a expressão, “até em pensamento adoptamos expressões destas, não há dúvida que somos um povo que não defende a sua língua nativa”, “palavras como: briefings, cadê, inté, taskforces, layouts etc, etc, e por aí fora, já fazem parte do vocabulário deste povo”. Fez mea-culpa e tratou de preparar rapidamente um café. Puxou do primeiro cigarro do dia, não queria desperdiçar aqueles momentos sem a companhia do vício que teimava em não largar e voltou para a janela para saborear mais um pouco aquele inicio de manhã. O sol teimava em nascer, via-se ao longe uma auréola levemente alaranjada. Reparou que afinal não estava só. Dentro de um carro estacionado estava um casalinho namorando. Provavelmente algum encontro fortuito da noite, ou talvez não….Desviou o olhar pois sentia que eram intimidades que não devia perturbar, era algo que lhes pertencia por inteiro….no entanto não resistiu e olhou novamente, aqueles momentos de uma manhã diferente, também faziam parte do cenário. Recordou-se do passado e como tinha tido vivências do género, não como nos dias de hoje pois os tempos eram outros, a vida era vivida de uma forma diferente, mas na sua essência muito idênticos….só falsos moralistas tentam demonstrar o contrário, pensou. Mas enfim nem todas as pessoas são iguais na sua forma de ser e de pensar e vive-se hoje mais “depressa”, tudo rola mais em função do presente, olha-se pouco ao futuro e recorda-se pouco o passado (é importante dar um salto ao passado, não em termos de nostalgia, mas para recordar o que foi de bom e também para não repetir o que de mau existiu). Deve ter estado longos minutos ausente por força das recordações, mas retornou com o barulho perturbador do motor de um carro que arrancava….era o casalinho que ia embora, quem sabe para dar continuidade aos seus desejos, noutro lugar mais intimo e mais apropriado para o efeito….ou talvez não. Nem sempre tem necessariamente de acabar em sexo! Há ocasiões, que por vezes são tão ou mais importantes que a prática de sexo propriamente dito, uma conversa agradável, o "estar apenas pelo prazer de estar" com alguém, uma festa ou uma carícia, um “cafuné” ( lá voltou aos estrangeirismos).
Deu conta que o sol já tinha nascido, no preciso instante em que ficou um pouco ofuscado pela claridade, aquele silêncio que tanto o tinha relaxado, já não era o mesmo de momentos atrás. Já eram 6h 45m de um começo de dia extremamente interessante, e começava a haver algum movimento nas ruas. Tinham ficado para trás alguns minutos de uma sensação de bem estar. Tinha beneficiado de um tempinho a sós consigo mesmo. Tudo se conjugava para que esse Sábado fosse quase perfeito, Era a altura de ir tratar de si e iniciar a rotina de um novo dia.
(fish)




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